Friday, December 14, 2012

Invisibilidade

Ele se diz invisível, eu o vejo. Ele escreve eu tenho medo dos meus braços caso o leia. Até que ponto vai a ficção? Temo um realismo inesperado, ou talvez já previsto. Um texto de várias páginas, como há muito não escrevo. Dito inútil. Transcrito para o computador.
Eu não quero que ele tenha escrito, que ele permita que eu leia.
Eu, par contre, gostaria que ele entendesse minha língua.
Mudo de assunto, como para minimizar a dor.
Parabéns aos virtualmente casados. Eu os admiro pelo meu impossível.
E as páginas e páginas não retornam jamais à minha escrita. Sou no máximo dez linhas, com quebras.

Thursday, November 22, 2012

Direito de solo

O que jamais terei, identidade renegada, indesejável e que ela, que será sempre, ela, desconhecida, presença x nos arquivos do estado. ela poderia ter.
Ela, em todos os tempos verbais.
Deveres e direitos, a essência do nacional, o fundamento que nego.
E ele questiona.
Esvazio, ainda.

Wednesday, November 21, 2012

Un titre en français

Linhas em português.
A água quente funciona muito bem durante o inverno. Compensa a falta de aquecimento, ou sua "sutileza".
Há algo de sutil que me falta. Toda a honestidade de algumas terras, reais e médias. Em todos os universos, no meu real inevitável e em sua fantasia eterna.
E caio como Alice num buraco, o frio na barriga de se saltar do 15o andar, mas a aterrissagem é doce, ainda que não suave.
O que é um mundo construído a partir de mitos iniciais, redundância.
E mesmo assim ainda me reconheço. A queda é doce, mas há a dor de alguns arranhões.
Ma peau déchirée. E ainda aquele "sempre no meu sempre a mesma ausência".
Conto escrever, em breve, algumas linhas de ficção.

Sunday, April 29, 2012

Déchiré

Neste momento, nada seria mais apropriado que assistir "Morte em Veneza".
E teu nome cala-se nos meus ouvidos. Mas ainda, ecomo nunca, rasga minha pele

Friday, April 27, 2012

Pendendo da ponta do pé

Reconheço.
Nossas técnicas para criar historias, as palavras que se sobrepõem para criar meias-verdades.
Eu ouço...
"Teu nome de Veneza na Calcuta deserta". Onde jamais estive. Assim como sob seus traços e letras.
Mas amanhã, meu bem, sairei de sapatilhas vermelhas.

Tuesday, April 17, 2012

Sad songs

Eu mando a ele musicas tristes. Ele responde com Ela.
Todos se movem, ainda que lentamente.
Pausa cômica: fossem escargots eu os comeria.
Eu sequer rastejo. No maximo, reviro os olhos.
Secos.
Não ha vazão que me retire deste lugar comum.

Saturday, January 21, 2012

1990

Naquela época, eu ia buscar meu pai de táxi azul no aeroporto. Um vôo da Pan Am e um colar de pérolas para a minha mãe.
Hoje eu tenho essa vontade incontrolável de fumar.

Thursday, December 29, 2011

Someone's ghost

Espero.
E conheço a resposta.
Eu quero ser.
Mas meu sangue já correu demais, junto com vinho do canto da minha boca.

Wednesday, December 21, 2011

Mais uma vez; intotdeauna

Os dois dispostos a procurar nada.
Ela fingindo saber o que aguardava.
E ele sabendo exatamente.
O sangue as vezes demora a sair.
Ao menos uma presença na ausência.
E pensar que por tras de todas as frases engraçadinhas.
Choro o mais alto possivel pensando que ele ouvira. Como se mudasse algo.
e ja passei do estagio necessario de melancolia. Não posso mais escrever.
Esperem. Eu gostaria de poder esperar.

Saturday, November 26, 2011

xeque-mate

Malheureusement.
Todo o cinismo.
É.
Será.

Thursday, November 17, 2011

O clube

Mais um, seja bem-vindo, embora não possa desejar as boas-vindas.
Deles so lembro um olhar. O mesmo que tenho no rosto tantas vezes.
Mas tenho o trunfo de não acreditar em nada.
Excluida.

Friday, October 21, 2011

Short note about shoes

I never take my shoes off.
It doesn't matter how high the heels are. It doesn't matter that I'm not used to it.
It doesn't matter how painful my feet and back feel.
I always keep them on.

Monday, October 17, 2011

Intotdeauna

And then it starts all over again, when I least expected.
A felicidade é algo que apodrece logo, dois dias de duração, no melhor dos casos.
Minha paz torna-se logo um ranger de dentes, meus braços logo preferem-se feridos.
Eu quero dar um gato para minha amiga. E ele se chamara Dubcek (visto que ninguém entenderia o humor negro em nomea-lo Nicolae)
A dor agora apresenta-se em pontadas sob uma camada de entorpecimento.
Meus olhos vitreos e ja sei que um dia, se resistir, ficarei cega.
Hoje em dia o fim vem com aviso prévio.
Tempo de preparar as roupas pretas, coloca-las para lavar para um novo luto que se anuncia.
Ela deixou a maçã apodrecer na mochila. Freud explica.
E talvez explique também a putrefação do meu proprio corpo, das minhas entranhas.
Fiquem felizes por eu não acreditar em Deus, embora semana passada tenha comungado em agradecimento. E so por isso que continuo aqui. Pois tenho o medo que compartilho com a maior parte da humanidade.

Saturday, October 15, 2011

O anti-trunfo

E então ele fora procurar o gato. E eu conseguira até esquecer o quanto detestava tal espécie. Esquecera o medo. Todos têm um drama na vida. Eu jamais tive um gato perdido. Ou um aborto aos 21 anos. Devo ser seca. Sequer derramei sangue sobre o papel; ou sobre o que quer que seja. A linha que vai do meu ombro até o pulso é invisivel. A dele vai so até o cotovelo. Mas é impossivel não notar uma deportação da Alemanha.
Esqueço o causo engraçado. So penso que é melhor não beber para evitar a spoiled little girl em mim. E u nunca soube com o que parecia o arranhão de um gato. Com qual balanço você quer brincar? Em paises ex-comunistas, ha aqueles que parecem naves espaciais. Você esta bem? Estou em qualquer lingua. Quem sou eu para não estar? E quem poderia romper com este direito? Tell us more about it. Esqueça a citação "Eu sou uma interrogação." Todos são, ainda que não queiram. Parabéns aos novos.
Casa comigo?

Friday, September 09, 2011

Aproape. Departe.

This is the boy I loved, who now is the man I loved.
Procuramos a casa. Acasa. Com o acento que não posso utilizar.
Aqui também tem ar condicionado e massagem barata. Os mosquitos devoram-me (a pele cheia de pontos rosados); espero ansiosamente pelo inverno (esqueço, isto esqueço).
Não consigo mais pensar que se perder é natural.
Entro em igrejas ortodoxas onde nunca estive e faço pedidos em todas elas.
Acasa.

Friday, July 29, 2011

Uherské Hradiste

E o nome de um mundo imaginario. De uma animação em stop-motion cujos intervalos são claros.
Uherské Hradiste é o intervalo em si.
Figée. Como as estatuas d'O ano passado em Marienbad. Que talvez sequer existam. Sempre tive péssima memoria para filmes.
E para...
Ainda espero as desculpas dela para a falta de cavalos brancos naqueles filmes.
E penso nas minhas.
Na lingua que ele jamais entendera. Ja é habito.
Assim como o motivo para escrevê-lo.
Queredo que certas frases não soassem absurdas.
But I'm in Disneyworld somehow.
Memories... Então, eu não queria acreditar que ele pudesse gostar; Hoje soa como uma saida. (Meu humor adoravel).
Mas hoje detesto saidas outrora tão desejadas.

Tuesday, June 21, 2011

Those cloudy days

Não tenho um verão para lembrar.

Algumas pistas da infância. Um sapo morto por nossos golpes impiedosos.

De mais tarde, tenho um ano inteiro nebuloso. Antes disso, algumas viagens curtas, em borrões de álcool pós adolescentes.

O que ficou é um ano de que nunca lembrarei com um um mínimo grau de precisão.

Minhas memórias são, de modo geral, nebulosas.

Como este último dia de primavera em Paris.

Monday, June 20, 2011

Brand new start

Quisera eu poder erguer o queixo e dizer com orgulho que sou.
Estado constante.
Mas recebo apenas confirmações, daquilo que queria mera e equivocada impressão.

Naquele casamento, fui o noivo e pisei no copo sem pano protegendo-o, e de pés descalços. Os cacos entranharam-se fundo, mas o corpo mesmo encarregou-se de eliminá-los.

Pensei que não sentiria mais faltas de ar passageiras. Mas elas estão aqui, provocadas por uma falha do meu organismo em se desfazer dos pedacinhos de vidro. Sempre há um que insiste em permanecer sob a pele.

Interrompendo a constância, incomodando o embotamento.

A dor na sola do pé irradia pelo corpo todo.

Nunca terei a faca e o queijo na mão.

Mesmo que a geladeira, e misteriosamente os lençóis, fedam a camambert.

Sunday, May 22, 2011

The uttermost

And then , all of a sudden, everybody is doing something important.

And I can't. Maybe that's just part of the innermost project of "anéantissement".

And so maybe something important will be done.

As pessoas e as pessoas ao redor das pessoas reproduzem-se. E as pessoas ao redor das ultimas ganham em sentimentos nobres.

Uns reproduzem e outros produzem, economicamente.

Talvez tenha sido pioneira, mas encerrei as atividades muito mais cedo. Antes de poder me retirar para uma cabana nas montanhas da Escocia.

Negligencio até os babysteps.

Sem contornar a tendência a cair.

Thursday, May 05, 2011

Sobre latidos noturnos

Tento dormir apos tantas pilulas e não posso. A sonolência é diurna. Ouço latidos distantes que destoam dos cães de madame de Paris. São os latidos das matilhas de Bucareste. Mas estando na capital francesa, penso serem ilusorios. Estão distantes e parecem imoveis. As matilhas de Bucareste, lendas urbanas reais, movimentam-se, sonoramente. Dificilmente contentam-se em ficar presas tras tabuas de madeira de algum terreno, ainda que estas tentem atê-los.
Os latidos, por aqui, não cessam. De onde viriam? Não durmo, e eles continuam, soberanos sobre o sono alheio. Ilusorios? Sonho com latidos romenos? Antes latidos de um não-lugar. Latidos de uma cidade feia, cinza, torta.
Nunca vi de fato uma cidade-luz.