Tuesday, July 07, 2009

If...

Ela escreve ou grava sobre um dia que jamais conheceu. Nós falamos sobre a perda de alguém de nossa geração, ainda que as memórias datem da infância. Para ela parece melhor algo que não viu, e por isso tem mais valor. Nós somos os filhos do pop e do espetáculo e não temos vergonha disso.
Nossas meninas não namoram diretores cult de cinema ainda que tenham a mesma idade - ou quase - que ela, e não nos importa a qualidade estética de algo que achamos simplesmente chato. (Ainda que reconheçamos seu valor.)
Chegamos ao se...
Sempre há algo chegando ao fim, às vezes para alguns ao mesmo tempo.
E se...
Se eu não tivesse ido, se eu tivesse dito, se eu tivesse ido e não ficado, se nunca tivesse dito, se continuasse, se a vienense não se decidisse apenas memória. Se eu partisse ou não, nunca saberia, nunca saberei e pretensiosa seria se o pensasse saber.
Apenas o agora, eu fui, fiquei, estive, não posso ficar.
E irei.
Só ao certo o imediato, mas irei.
E todos os e se... farão sentido.
Porque nunca escolhi ou escolherei. Ou talvez sempre o tenha feito sem saber.
E sei apenas que vou.
Sem a valsa vienense na memória.
Nunca serei como ela. Sou filha da cultura pop, por mais que disfarçada de haute culture.
Não pretendo.
Vou simplesmente, e apenas, e sem e se...