Tuesday, July 15, 2008

Breves máximas de viagem, vol.2

Neste país, todos os sapateiros e chaveiros são judeus. Fechados aos sábados.

“Este é um tipo de incenso que uso na minha casa lá em Paris.” Como será que ela vai reagir quando eu disser diante de toda a família que tenho uma casa que não é a dela?

Pico de criatividade. Cocaína.

Arrumar a casa para o último amigo. The final straw.

Sempre perdôo. Fecho os olhos para a traição. Mas meu sincero pedido de desculpas e meu arrependimento serão sempre parte da minha traição. Nunca me permitirão entrar na roda, essas meninas de tranças, saias ligeiras e mãos dadas.

A solidão em Paris é dura. E tentamos contornar nos tornando os parisienses que jamais seremos e nos tornando elegantemente egoístas.

Coloque a culpa em mim. Eu sei que foi sua, mas se te faz sentir confortável, laisse tomber. Eu sei perdoar e você não.

Breaking the waves. Dogville. Os temas de Lars Von Trier se repetem. E paga-se a conta mais alta pela ingenuidade de ser boa.

Viciada em ler horóscopo. Mas eu adoraria poder chamar isso realmente inferno astral. Placebos: astrologia, remédios, maconha, um desenho.

Hoje alguém se matou na linha 12 perto da estação Concorde. Cada cidade possui sua modalidade típica de suicídio. Embora haja todo um glamour em torno de se atirar da Pont Neuf ao Sena, a preferida dos parisienses se dá no metrô. E tenho uma curiosidade mórbida de ver alguém fazê-lo. Mas a linha 12 passa por Concorde?

Preciso desesperadamente voltar às terras européias.

Coisa de português. A piada sempre faz sentido.

Escolhi ser estrangeira. Um passaporte ajuda, mas não cura. Quanto mais estou familiarizada com um lugar, mais ele me incomoda.

Tenho uma privada elétrica em casa. E a merda jorrou quando ele apareceu por lá. Na semana anterior o outro havia empesteado meu banheiro com perfume francês.