Ce petit chasseur

C'est toujours la même peur.
Com o neon do Splendid Hotel na minha janela. Apenas eu vejo.
A falta de tudo e algo mais. Preciso de um quarto de hotel. De impessoalidade e encarnar algum personagem que não sou. Um telefone que não funcione.
A distância de tudo que não conheço e já conheci, quem sabe virar aeromoça da Pan Am nos anos 1960.
Houve uma década que ele não conheceu. Não no conceito correto, mas no de "anos tal...". E o que lembro dessa década é uma luz amarelada. Corrida de Fórmula 1. O parque. O antigo prédio dos meus primos. Algumas músicas ruins e férias em alguma cidade de praia. Mas sobretudo a luz amarelada que ele não conheceu.
E não tem nostalgia de tempos não vividos. Nunca viu uma aeromoça da Pan Am dos anos 1960.
Nem quer. Deve ser bom viver apenas para o presente e o futuro. Na idade em que o futuro é meio azulado. Quando ainda há a euforia do início.
Quando não há exatamente medo, mas talvez um vago receio facilmente suplantado pela curiosidade.
Eu só corto o barato, com uma gana meio seca pelo agora.