Tuesday, April 28, 2009

Le Néant

Antes os olhos desviados a este vazio. O silêncio a certa distância. Será falta de assunto? (No Rio e em São Paulo, parabéns. Estou orgulhosa de você e não é ironia.) Jurei a mim que não tinha nada mais a dizer. Afinal, tudo já fora dito ou escrito, em diferentes ocasiões e humores. Eu imaginava o vazio. Mas a concretude deste não poderia deixar de ser perturbadora.
Estranhamente, a inquietação manifesta-se também sob a forma de um certo esvaziamento. Um choro que não sai completamente. Fica preso na garganta. Um enjôo que não se faz vômito. Um aperto que não se faz grito.
O acaso.
O mesmo trajeto no centro da cidade, entre a Cinelândia e a carioca. A livraria em que pela primeira vez, em tanto tempo, tive coragem de entrar.
Doem, talvez mais que este vazio a que você se relaciona, os que surgem por outros lados. Os que me sustentariam, se não esvaziados.
Ainda as farpas. Nenhum caminho de doçura.
Nada.
De sua parte, ou parte outra.
Meu raciocínio, lento, lento...
Não sei nem por onde começar a pensar.