Thursday, April 23, 2009

Trocando em miúdos

As Ausências e presenças sempre e nunca estão lá. Existem coisas que simplesmente se mantém, não importa. E é sempre uma questão de escolha sobreviver à continuidade inevitável. Eu sempre quis, para mim e algum outros, passar a imagem de alguém disposta a escolher. Mas não sou tão corajosa ou covarde.
É por essa capacidade que ela me fascinava tanto, e ainda fascina. Mesmo que os termos da sua escolha não tenham sido exatamente os que eu imaginava.
No que depende de outra pessoa, nunca me permitiram (e antes, tampouco eu me permiti) vivenciar a calma. Um encanto duradouro (agora eu me permito, mas ainda é algo que depende de outro e isso não tem dado muito certo).
Também, no que deveria depender apenas de mim, nunca me permitiram vivenciar um luto. Mas tenho que manter os sorrisos e as gentilezas, desde o momento em que acordo.
Ás vezes eu desejaria ser imune. Übermensch.
E o que eles diriam quando admito não conseguir vislumbrar a vida daqui a três meses (só ele eu consigo vislumbrar, mas a incerteza me mantém no velho estado de desespero) ? E que não lembro muito bem do que aconteceu a três meses. Apago o passado consciente e apenas as impressões sensíveis tomam conta de mim o tempo todo.
No fundo, minha felicidade, ou no mínimo constância psicológica continua dependendo de uma única coisa, a de sempre. Só que depois de tantos anos e dores isto é insuportável. E não sou capaz de escolher.
Ela escolheu. E, por isso, sempre hei de admirá-la.