Friday, May 01, 2009

Sem botas para chegar a Ipanema

Por total acaso, em um espaço temporal puro de menos de uma semana, a percepção dos fatos, ou de mim, muda. À primeira leitura, esta frase me pareceu muito pobre. Mas é isso, apenas. Na terça-feira, vi o ponto final. Constatei-o. Um dia depois, tive a clareza do que havia ocorrido. E me expus como antes, mas sem uma segunda intenção (ainda que outrora esta fosse involuntária). Ouvi uma frase realista, em tom quase corriqueiro, e ainda que tenha sido dura (ou ao menos minha interpretação), consegui absorvê-la com uma serenidade que não me sabia capaz. Consegui não absorver outras mais.Vi como o tempo de fato assume feições angelicais e demoníacas, com todas as ironias que o leitor conseguir injetar nesta afirmação. Pela primeira vez não chorei pela Ausência, agora confirmada e indelével. Pela primeira vez chorei por amizade. Por não ser capaz de estar ali, por um comportamento que hoje julgo inaceitável ter em relação a qualquer pessoa. E não foi por um ele, ou algum deles de outros dias, ausências e presenças.

Talvez, sendo, a meu ver, alguém pior do que me acreditava, percebi ter me tornado alguém melhor.

Peço desculpas a quem devo. Sem o menor pudor de ter soado piegas.