Friday, February 27, 2009

para a., em minúsculas.

Eu entendo e me encaixo no seu espaço do imprevisível. Qualquer sutileza, mesmo a que não se supunha, está na ponta da minha língua.
E você hoje, ainda é um filme. O mesmo espaço de um sonho, meio esquecido, mal acabado.
Um rosto, um corpo, apenas.
O que tanto já houve, e não voltou a ocupar, e o que ainda haverá.
Um nome repetido tantas vezes.
Um nome que tento mudar.
Mas que independe de mim.
Porque as imprevisibilidades não ocupam somente o espaço de um carnaval.
E eu queria tantas conotações no espaço de uma denotação.

Sunday, February 22, 2009

A.

Porque reconheço você no mesmo nome, nos mesmos detalhes que tento tornar ridículos ou irritantes para amenizar a rejeição; porque reconheço você na própria rejeição, nos gostos de adolescência dissimulados, no amor que queria que eu tivesse por outro. E vou dar a volta ao mundo, perder-me em duzentos sofás e invadir as camas alheias em cidades que jamais me acolherão, como lugar algum.
E me pergunto a cada dia por que escuto risadas por trás da minha cabeça e por que a ironia sempre recai sobre mim.
Pelo menos consigo pensar em mais uma, talvez resposta: se eu tivesse a oportunidade, jamais correria o risco de confundir seus nomes em momentos inadequados.
Estou aqui.
E vocês não me procuram.
Por que temos medo de encontrar? Ou o que?
Na verdade, devo excluir-me da questão.
O que tem medo de encontrar?