Thursday, June 18, 2009

Synthèse

Anéantir.

(quoi faire quand on aime un mot même étymologiquement?)

Thursday, June 11, 2009

Substituta

Eu queria sentir a dor dela. E somente a dor dela, tão legítima.
Outra vez, invento histórias que se criam somente na minha cabeça para tentar vestir um luto que não é meu. É apenas mais palpável.
Meu luto real é língua estranha, sem intérprete ou interessados em aprender. Dialeto em extinção.

Friday, June 05, 2009

Pura e simplesmente

Não quero mais andar por estas ruas imundas de lembranças e traumas futuros.

Tuesday, June 02, 2009

Dezembro de 2008

Provavelmente no Rio, talvez em Paris. Escrevi “Ela morreu no acidente da Air France. Rio/Paris, sem escalas.” Nunca ouvera acidente tal.

Aconteceu. Na noite de domingo ou madrugada de segunda, dependendo do seu fuso horário.

Não me desfiz no ar,, como os 228 a bordo. Na noite de ontem, já pelas 23 horas e livre das lamentações da tarde, motivadas pela velha máxima de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar (o que pode se tornar um pensamento de humor negro total, dadas as possíveis causas da tragédia) meu pensamento inverteu-se de forma imprevisível.

(Re)tornando-me mística, pensei que talvez este acidente tivesse lugar agora, pois não haverá (ao menos não como o descrito, tão perfeitamente, numas linhas de alguns meses atrás e numa noite real e recente) daqui para a frente. Talvez fosse um sinal. Uma alegria involuntária puxando-me para a vida. Fiquei feliz.

Mas a zona de convergência intertropical permanece sobre Atlântico, rota de todos os vôos entre Brasil e Europa. E quando ninguém espera, pela convivência com aquilo (ao menos no caso dos pilotos e entendidos em aviação), pode ajudar a derrubar uma estrutura sólida.

E de uma hora para a outra tudo se desfaz no ar. Não existe avião à prova de queda. E quando tudo parece estar adquirindo uma solidez e constância, um hábito, ainda pode nos surpreender, como jamais imaginamos.

My uppers and downers. Sempre tão juntos, de mãos dadas, mãos nos ombros, nos braços, na cintura, na bunda, bocas juntas. E mesmo quando são sólidos (matéria), inesperadamente me desmancho no ar.

My uppers and downers. Quand je, enfin, essaye vraiment de prendre soin de moi. Mesmo em francês errado, mais uma vez.

Monday, June 01, 2009

For the well departed

As I wished for me.
Um desaparecimento.
Le néant.
E mais uma vez, chego atrasada. Ou talvez tenha me adiantado, ainda que contra a vontade.