Thursday, July 30, 2009

Sobre cigarros e cigarros

Uns querem pretender-se bons. Outros querem (queriam) relembrar meu gosto.
Ainda que não seja o caso agora e meu gosto não fosse constante então, havia a memória de um sabor proibido. Ou a necessidade de provar-se alguém melhor.
Agora entendo aquela sensação ruim. É assim que nos abrimos para um vício que não faz parte da construção de uma nova persona.
Talvez agora sejam cigarros para ela.
Eu ainda escrevo para você(s).

Thursday, July 23, 2009

Necessidades primárias - 1

Esquecer a língua materna e nunca mais sentir saudade.

Tuesday, July 07, 2009

If...

Ela escreve ou grava sobre um dia que jamais conheceu. Nós falamos sobre a perda de alguém de nossa geração, ainda que as memórias datem da infância. Para ela parece melhor algo que não viu, e por isso tem mais valor. Nós somos os filhos do pop e do espetáculo e não temos vergonha disso.
Nossas meninas não namoram diretores cult de cinema ainda que tenham a mesma idade - ou quase - que ela, e não nos importa a qualidade estética de algo que achamos simplesmente chato. (Ainda que reconheçamos seu valor.)
Chegamos ao se...
Sempre há algo chegando ao fim, às vezes para alguns ao mesmo tempo.
E se...
Se eu não tivesse ido, se eu tivesse dito, se eu tivesse ido e não ficado, se nunca tivesse dito, se continuasse, se a vienense não se decidisse apenas memória. Se eu partisse ou não, nunca saberia, nunca saberei e pretensiosa seria se o pensasse saber.
Apenas o agora, eu fui, fiquei, estive, não posso ficar.
E irei.
Só ao certo o imediato, mas irei.
E todos os e se... farão sentido.
Porque nunca escolhi ou escolherei. Ou talvez sempre o tenha feito sem saber.
E sei apenas que vou.
Sem a valsa vienense na memória.
Nunca serei como ela. Sou filha da cultura pop, por mais que disfarçada de haute culture.
Não pretendo.
Vou simplesmente, e apenas, e sem e se...